sexta-feira, 23 de julho de 2010

Condemned 2: Bloodshot



"Condemned: Criminal Origins" foi um dos primeiros jogos lançados para o Xbox 360 e consegue resistir bem até hoje graças à ambientação envolvente e assustadora, aliada a um sistema de combate dependente do uso de armas brancas, algo raro no mundo dos jogos em primeira pessoa - e que dificilmente funciona. Agora, com a chegada da continuação, "Condemned 2: Bloodshot", com a nova geração já consolidada, mas saturada de jogos no estilo, vem a inevitável pergunta: será que a Monolith conseguiu manter o mesmo clima de terror e aperfeiçoar a fórmula para conseguir superar o original e se destacar no mercado atual?

Voltando ao submundo

Para aqueles que não jogaram o primeiro capítulo ou não se lembram da história, aqui vai uma breve recapitulação: o protagonista Ethan Thomas era um agente da SCU, divisão de crimes em série do FBI, encarregado de investigar assassinatos brutais em uma área condenada da cidade, habitada em sua maioria por mendigos. Estes moradores passaram a ser influenciados por um estranho fenômeno, tornando-se violentos e imprevisíveis. Ethan então teve que abrir caminho entre becos e prédios abandonados utilizando geralmente canos ou pedaços de madeira (armas de fogo eram escassas) para enfrentar inimigos e coletar evidências, seguindo adiante em suas investigações.

'Quebrando a cara' do oponente

O mistério girava em torno dos crimes do Serial Killer X, que matava outros assassinos seriais copiando o "modus operandi" de cada um. No desenrolar dos acontecimentos, Ethan descobriu que o criminoso era Leland Vanhorn, sobrinho de seu mentor, o misterioso Malcolm Vanhorn. De uma maneira bem aberta, o jogo original terminava mostrando possíveis finais para Leland e deixando uma dúvida no ar a respeito da sanidade do protagonista, entre várias outras pontas soltas na história.

"Condemned 2: Bloodshot" continua a jornada de Ethan, mostrando sua vida onze meses depois do final do primeiro jogo. Ele agora não é mais um agente do SCU, e está entregue à bebida e às alucinações, estas cada vez mais intensas. Para sua surpresa, ele é chamado de volta pelo diretor da agência para investigar o assassinato de Malcolm, o que pode ser um indício de que o Serial Killer X não morreu realmente ou que alguém está se passando por ele. Mas o roteiro finalmente decide amarrar as tais pontas soltas deixadas pelo caminho e coloca Ethan, ao lado de sua parceira Rosa, em uma forçada conspiração envolvendo uma organização secreta que tenta controlar a população da cidade utilizando equipamentos modernos de lavagem cerebral.

É bom ressaltar que responder todas as perguntas não parece ser sempre um bom negócio. O jogo começa bem, seguindo o mesmo clima de claustrofobia e desespero do original, com um protagonista à beira da loucura enfrentando, sem muitos recursos, maníacos que saltam por janelas e cantos escuros. Mas com o desenrolar da história, as coisas ganham contornos maiores, mais ambiciosos, e a ambientação vai se diluindo, deixando tudo menos ameaçador e sem o mesmo impacto, apelando inclusive para um uso maior de armas de fogo e até mesmo para um absurdo poder sônico do personagem, que surge em momentos mais avançados.

Mecânica refinada

O lema desta continuação parece ser o de aperfeiçoar os sistemas do jogo anterior, algo que foi seguido à risca. O foco nos combates é no uso dos punhos do personagem, controlados pelos gatilhos do controle, que podem ser utilizados em combos, eventos pré-programados (com comandos que aparecem na tela), e também em mortes instantâneas (como enfiar a cabeça do inimigo dentro de uma TV ou contra a parede). De durabilidade limitada, pedaços de madeira, pés-de-cabra e canos são muito comuns e podem ser lançados contra os inimigos. Armas de fogo, ainda que mais recorrentes, continuam com munição escassa e ainda sofrem com os efeitos do alcoolismo de Ethan, tendo a mira prejudicada em vários momentos.

As investigações também receberam maiores cuidados e parecem mais complexas. Além de investigar e catalogar evidências, você terá várias perguntas a fazer e que serão determinantes na solução do caso. Se for tudo feito de maneira correta, bônus serão disponibilizados para a troca por melhorias como uma maior barra de energia.

Ainda que o roteiro, em suas horas finais, se encarregue de diminuir o clima de terror e solidão, em geral, "Condemned 2: Bloodshot" é apresentado de maneira excepcional. Mesmo em cenários muito escuros, há um grande detalhamento de objetos e texturas, com uma direção de arte que parece seguir o estilo de filmes como "Seven" ou "O Clube da Luta", com muita chuva, sujeira e sangue coagulado. A dublagem e os efeitos sonoros também são muito bem arquitetados, e contribuem para muitos sustos, especialmente se seu videogame estiver ligado a um bom sistema de home theater. Mesmo com as derrapadas na trama, com uma boa aparelhagem e pouca luz, você ainda será capaz de tomar uns bons sustos. E tudo roda sem grandes problemas técnicos, a não ser ocasionais quedas na taxas de quadros ou por alguns "loadings" em momentos inoportunos.

Como um acompanhamento da campanha principal, há o modo "Bloodshot Fight Club", com pequenas missões que servem mais como treinamento ou como meio de checar todas as armas do jogo de maneira rápida.

Há ainda um modo multiplayer para até oito jogadores online ou em rede, com os habituais deathmatch solo ou em time e dois exclusivos: o "Bum Rush", onde um time de agentes deve permanecer vivo o maior tempo possível durante constante ataque, e "Crime Scenes", onde um grupo de jogadores precisa investigar rapidamente o paradeiro de uma caixa escondida pelo time adversário, que pode ser movida durante as partidas. Este último modo é muito interessante.

Army of Two: The 40th Day



Dois anos atrás, Army of Two conseguiu se destacar por sua mecânica voltada para a ação cooperativa, aspecto até então mal explorado pela indústria na geração atual. A Electronic Arts não perdeu tempo e, ao sentir que tinha uma franquia em potencial, embarcou em uma continuação, batizada de "The 40th Day".

Destruição em massa

Em vez de uma narrativa fragmentada como a vista no game original, a nova aventura dos mercenários Rios e Salem é bem mais enxuta e ocorre na cidade de Xangai, na China. Os dois surgem em cena durante uma missão trivial, mas logo são surpreendidos por uma onda de destruição que varre os maiores edifícios e construções do lugar. A dupla, claro, resolve então descobrir o que está causando tamanha catástrofe e abre caminho na base dos tiros através das ondas intermináveis de soldados inimigos.

O sistema de Aggro ainda é a peça fundamental. Os inimigos se focarão no jogador que tiver a capacidade de causar maiores danos ou aquele que tiver uma postura mais agressiva em relação a eles, com armas de maior calibre e comportamento mais desleixado. O segredo é saber utilizar isso a seu favor. Enquanto um dos protagonistas captura a atenção dos oponentes, o outro fica praticamente livre para traçar estratégias e reverter a situação, com ataques pela retaguarda ou pelos flancos.

Variações no combate

Outras variáveis que deixam o combate mais imprevisível. Os dois sujeitos são bem malandros e podem, por exemplo, se fingir de mortos ou criar uma cena de rendição para, em seguida, surpreender os inimigos com um efeito de câmera lenta. Há também a possibilidade de resgatar reféns para ganhar uma grana extra ou render inimigos antes que eles chamem reforços para faturar equipamentos adicionais.

Sobre o salvamento de civis ou captura de inimigos recai também o sistema de moralidade. Atitudes nobres garantem pontos positivos e podem alterar o comportamento do parceiro quando este for comandado pelo computador. Há momentos mais dramáticos que podem alterar os rumos da história, e um vídeo logo é exibido depois da escolha para explicar as repercussões de tal ato.

Sobre o equipamento da dupla, não há o que reclamar. Além de um GPS que pode indicar o caminho a seguir e a posição de alguns inimigos, Salem e Rios contam com um arsenal respeitável. Além da compra de metralhadoras, granadas, escopetas e outros armamentos, eles ainda são capazes de customizar tudo, desde que tenham dinheiro. Espere muitas peças e até texturas e cores diferentes para tomar bastante de seu tempo.

Nos aspectos técnicos, "Army of Two: The 40th Day" surpreende e segue no padrão do anterior. A inteligência artificial é adequada e os comandos dados aos parceiros são suficientes para uma experiência tranquila no modo de um jogador. Claro que o game cresce no multiplayer, já que dois humanos conseguem uma química melhor, capaz de improvisos e respostas mais ágeis. Além de modo cooperativo local com tela dividida ou pela rede, há ainda partidas competitivas no estilo Deathmatch e Team Deathmatch e o Warzone, que indica certos objetivos a serem completados.

O áudio é de primeira linha e faria inveja a muito filme de ação. Em um bom home theater, é possível identificar de maneira clara a direção e distância de tiros e explosões, com direito ainda a diferenciar os ajustes e customizações de armas. As falas dos personagens também são boas, com comentários sobre os eventos da trama, comportamento dos inimigos e algumas piadas pontuais.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Batman: Arkham Asylum



Já era hora do morcegão ganhar um jogo decente. Exceto por Batman (NES), Batman Returns (SNES) e The Adventures of Batman & Robin, de SNES e Mega Drive – lembrando que o jogo é diferente em cada plataforma – todos os demais games do Batman são uma porcaria. Batman: Arkham Asylum chega para se consagrar como uma verdadeira obra prima dos videogames e, possivelmente, como o melhor jogo de ação do ano.

A primeira coisa a se notar é a qualidade da obra. Produzido pela Rocksteady Studios com a Unreal Engine 3.5 (versão atualizada), o jogo esbanja detalhes e o tom sombrio que se vê nos quadrinhos do Cavaleiro das Trevas. A cena de abertura já prova que uma boa história vem por aí. O game foi todo escrito pelo Paul Dini, produtor responsável por todos os desenhos animados da DC Comics e das séries de álbuns pintados por Alex Ross. Além de sua participação, dois dubladores garantem a qualidade do trabalho: Kevin Conroy faz a voz do Batman enquanto Mark Hamill (o Luke Skywalker, de Guerra nas Estrelas) faz a voz do Coringa.

A história é a seguinte: Batman capturou o Coringa e o está levando ao Arkham Asylum, um hospital de segurança máxima localizada aos arredores de Gothan City. É pra lá que vão os piores inimigos do morcego. Desconfiado após o Palhaço do Crime ter se entregado muito facilmente, Batman resolve acompanhar a escolta policial do vilão até a sua cela. E de fato ele tinha um plano: dominar Arkham Asylum com a ajuda da Harley Quinn e criar super criminosos com a força do Bane. Começa então a aventura para impedir os planos do Coringa e botar cada criminoso de volta à sua cela.

A primeira coisa a se aprender são os golpes. O sistema de combate é bem simples: com um botão você dá socos/chutes e faz combos e com outro botão você realiza os contra-ataques. Sempre que um adversário for desferir um golpe, aparece um alerta sob sua cabeça, para que você aperte o botão de contra-ataque a tempo. Com os contra-ataques, o Batman promove um verdadeiro balé de porradaria: torce o braço, dá chute no saco, segura a perna e gira o inimigo no ar, e etc. É uma mecânica bem simples, mas suficiente para fazer você se sentir na pele do herói. Quanto mais inimigos na tela, maior o desafio no combate.

Outra característica incorporada no jogo foi o modo furtivo do Batman. Em vários momentos da aventura, você terá que lidar com inimigos armados. E como o Batman não é a prova de balas, ou você os elimina sem ser visto ou será morto facilmente. Para isso, você utiliza uma visão de raio-x que revela a posição dos inimigos, informando a condição de cada alvo. Desta forma você pode agarrar e atordoar o inimigo sem fazer barulho ou nocauteá-lo com um golpe forte (takedown). Caso os alvos não estiverem armados, outra forma de atordoá-los temporariamente é arremessando batarangs em suas cabeças.

O jogo também apresenta situações em que o Batman precisará seguir pistas. É aí que entra o lado detetive do herói. Nestes momentos, você usa sua visão de raio-x para escanear a área. Ao achar a pista, basta explorar os cenários seguindo os vestígios. Este scan também serve para matar charadas: logo no começo do game, o Charada hackeia o seu comunicador para realizar uma série de gincanas como o Batman. Cada charada encontrada (troféus de interrogação) ou resolvida libera extras bem legais como biografia de cada personagem (história, fatos e atributos), galeria 3D, e fitas com gravações em áudio de cada vilão (sessões de terapia). As charadas foram incluídas no jogo para dar ênfase à exploração e recompensa, pois quanto mais você conseguir encontrar/desbloquear, mais detalhes você saberá sobre a história do hospital. As referências também são grandes: é possível encontrar indícios de outros vilões não presentes no game, antigos e atuais, como o Pinguim e o Silêncio.

Para não se perder, o Batman dispõe de um mapa detalhado e recebe dicas da Oráculo – Barbara, a filha do Comissário Gordon. As bugigangas do morcego também estão presentes, como o gel explosivo, batarang guiado por controle remoto, e o seu indispensável gancho, entre outros acessórios. O personagem evolui com pontos de experiência, que são acumulados e convertidos em pontos de upgrade. Você pode acessar a tela de upgrades a qualquer momento e escolher qual habilidade melhorar ou adquirir: aumentar a defesa, combos, batarang triplo, pendurar inimigos de ponta-cabeça, etc. Alguns acessórios são adquiridos conforme o jogador avança na história, sem a necessidade de gastar pontos de experiência, como o Scanner de Frequência que desativa painéis de segurança e abre portas.

As batalhas contra os vilões são todas memoráveis. Eu mesmo não consigo dizer qual a melhor.Os inimigos frequêntes do jogo são os presidiários soltos que, exceto pela aparência, não variam muito de um para o outro. Alguns deles exigem estratégias para eliminá-los, como girar a capa do Batman para tonteá-los ou pular sob suas cabeças para atacar pelas costas. Mas sempre há outras formas de acabar com os seus adversários: colocando gel explosivo em lugares estratégicos, planando com a capa para aterrizar com os dois pés no peito do inimigo, e assim por diante. O game dá total liberdade para explorar os cenários e combater os inimigos.

Batman: Arkham Asylum é fenomenal do começo ao fim. O visual caprichado, a excelente dublagem dos personagens, o sistema de combate, exploração, conquistas, a majestosa trilha sonora… É tudo muito bem planejado e executado. Este jogo é, definitivamente, o melhor do Batman feito até hoje. E também um excelente exemplo de como fazer um bom game de ação.

Shellshock 2: Blood Trails



O roteiro de "Shellshock 2: Blood Trails" situa o jogador durante a guerra no Vietnã, em 1969, quando o soldado Nate Walker decide encontrar seu irmão, também combatente. Ao que parece o sujeito fez parte de uma experiência secreta, de codinome WhiteKnight, que contaminou os habitantes da região e as tropas vietcongs, transformando-os em zumbis e monstros.

Tudo começa de forma bem interessante, com momentos de paranóia e desespero em que você não sabe muito bem o que está acontecendo e precisa reagir rapidamente - como um sujeito que entra correndo na sala para te atacar quando você está desarmado ou soldados enlouquecidos escondidos na total penumbra. Dá para tomar uns bons sustos, até que aos poucos as coisas vão ficando mais comuns.

O uso da lanterna é essencial em muitos trechos, já que você precisa descobrir a posição dos inimigos que estão atirando contra você no total escuro.

Red Faction: Guerrilla



Red Faction: Guerrilla retorna ao planeta vermelho quase cinquenta anos depois dos eventos do primeiro "Red Faction". O protagonista é o engenheiro especialista em demolições Alec Mason, que chega ao lugar para ajudar o irmão Dan a derrubar estruturas abandonadas e coletar sucata. Claro que o pior logo acontece: a força militar linha dura que controla Marte, chamada EDF, ataca Dan e presume que Alec seja membro da organização rebelde Red Faction, que prega a libertação.
Desta forma, Alec é forçado a se unir ao grupo para não ser morto pela EDF. Bom para a Red Faction, já que o herói é um especialista em destruir tudo o que vê pela frente. Seja com uma marreta ou bombas pegajosas, Mason consegue causar muito estrago. Muito mesmo. De laboratórios abandonados a modernos prédios reforçados. Tudo pode ser detonado com um pouco de força bruta e criatividade - nada mais interessante do que ficar imaginando idéias de como destruir certas estruturas, tal qual lançar um veículo blindado desfiladeiro abaixo sobre um armazém.

Como há muito mais destruição por conta do poder dos consoles da atual geração, a Volition resolveu mudar o sistema de visão, que agora é em terceira pessoa para dar uma melhor sensação de escala e a própria navegação. Também mudou o esquema de missões, espalhadas em seis áreas que devem ser controladas para completar a revolução, em um estilo que se assemelha ao de "Saints Row", da mesma equipe, com mapas abertos e livres para serem explorados.

No meio disso tudo, claro, alguns tiroteios animados com direito a utilizar as mesmas técnicas de destruição a seu favor. Quanto mais barulho você fizer, maior o número de inimigos que irá atrair, mais ou menos como no esquema de estrelinhas de "Grand Theft Auto".

Porém, a valentia também tem suas vantagens, pois quanto mais moral você ganhar durante as ações, mais seguidores conseguirá angariar. Por fora, ainda há a incessante coleta de destroços, que garante essenciais upgrades e reforços no arsenal.
Ainda que o design de personagens não fuja do genérico, com referências que podem ser apontadas em praticamente todos os lugares, como filmes famosos a jogos nem tão famosos assim, "Red Faction: Guerrilla" não decepciona na apresentação. É provavelmente o trabalho mais sofisticado da Volition, que caprichou bastante no motor gráfico e sistema de física.
A destruição promovida pelas bombas, tiros e colisões é real mesmo. Prédios grandes viram pilhas de escombros com bom realismo, exibindo uma complexidade ainda incomum no mercado. Vale tentar descobrir o ponto fraco das estruturas para destruí-las mais facilmente, assim como procurar explosivos próximos para potencializar o efeito dos disparos. A deformação de ambientes é bem interessante e ponto forte do jogo.

O restante também é bem realizado. As cenas de história são ricas em detalhes e contam a história sem frescuras, com animação e dublagem de boa qualidade. É fácil se identificar com os personagens e situações. Os gráficos nos momentos de ação também seguem o mesmo padrão, com minúcias interessantes e boa performance, ainda que o visual vermelho de Marte às vezes torne tudo um pouco enjoativo.

O polimento também pode ser conferido no modo multiplayer, que tem suporte para até 16 jogadores online. São modos bastante empolgantes, com divisões em grupos para realização de objetivos, com armas ainda mais destrutivas que no modo principal, além de várias opções de personalização e ranking. Como bônus, ainda há o modo Wrecking Crew, que permite que até quatro jogadores locais brinquem com minigames de destruição em rounds, com o mesmo controle.

Call of Duty: Modern Warfare 2




Call of Duty: Modern Warfare 2 é um fenômeno tão grande que muitos dos concorrentes foram adiados para 2010 com medo de serem atropelados. Não é de espantar, afinal, o game é continuação de "Call of Duty 4: Modern Warfare", que vendeu mais de 13 milhões de cópias no mundo e ainda é campeão de popularidade entre fãs de jogos de tiro em primeira pessoa.
O jogo cumpre o que promete e justifica todo o barulho ao redor de seu lançamento. O clima de tensão e os tiroteios são sufocantes, especialmente nos modos multiplayer, que deixarão os aficionados do gênero vidrados no monitor.

História rápida

"Modern Warfare 2", assim como outros jogos da série "Call of Duty", consegue dividir bem os aspectos offline e online do jogo, transformando-os praticamente em produtos distintos reunidos em um só pacote. A campanha para um jogador deste novo game ocorre cinco anos depois dos acontecimentos mostrados em "Call of Duty 4: Modern Warfare".
A estrutura do enredo é a mesma de antes e permite que o jogador controle vários protagonistas durante o curso da história, de acordo com os acontecimentos cinematográficos do script. O destaque fica para o sargento Gary "Roach" Sanderson, membro de um comando multinacional antiterrorista batizado de Task Force 141, sob responsabilidade de "Soap" MacTavish, um dos heróis do game anterior. O grupo deve rodar o planeta - inclusive com uma escala no Rio de Janeiro - para tentar deter o avanço de um grupo ultranacionalista russo que pretende invadir os EUA.

Multiplayer redentor

No multiplayer "Modern Warfare 2" mostra todo o seu poder. Há duas ramificações: jogar as chamadas Special Ops de maneira cooperativa ou encarar os vários modos competitivos online.

"Tactical Nuke" em ação no multiplayer

As Special Ops são missões avulsas inspiradas em passagens da história, mas sem relação com o roteiro. Um jogador pode jogar sozinho ou contar com a ajuda de um amigo, em partida local ou via rede. A performance da dupla é medida no final de cada estágio e é preciso ganhar medalhas para desbloquear novas fases, o que preserva o interesse na modalidade e cria grande dinamismo nas batalhas.

Os modos competitivos são vários e começam com os obrigatórios mata-mata. É preciso ganhar pontos de experiência durante as sessões para subir de ranking e habilitar modos mais interessantes. Há ainda muitas variáveis para tornar as partidas mais profundas e estratégicas, como o sistema de classes, escolha de títulos e bônus específicos que permitem que o usuário chame ataques aéreos ou receba carregamentos de munição. Tudo mais refinado e complexo desde a introdução de tais elementos em "Call of Duty 4: Modern Warfare", além de mais bonito, com melhor performance dos gráficos e balanceamento impecável para um título que acaba de sair do forno.

Tal aspecto é o que mantém a franquia tão popular e, certamente, é o que prenderá a atenção dos jogadores durante os anos que virão. "Modern Warfare 2" em grupo é uma experiência única e viciante, mas nem por isso escapou de polêmicas. A Infinity Ward impôs a limitação de 18 jogadores simultâneos em todas as plataformas e bloqueou do uso de servidores dedicados privados na versão de PC. Assim, usuários brasileiros, por exemplo, devem usar os servidores oficiais do jogo que ficam nos EUA, ganhando um maior atraso na resposta da conexão.
Felizmente, durante nossos testes, as partidas mais recentes aconteceram de maneira bastante satisfatória, sem desconexões e travamentos vistos no d. Aliás, a performance do game é impressionante, com uma taxa de animação constante e o forte uso de sistemas de física para tornar a experiência mais realista, tanto nos modos para um ou vários jogadores. Embora pareça haver um salto tecnológico brutal do anterior para este, tudo parece mais rico, refinado e envolvente nos aspectos visuais e sonoros.