segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Battlefield 2

A série derivada "Bad Company" começou como uma aposta do estúdio DICE, criador da famosa franquia de tiro para PCs "Battlefield", em conquistar os jogadores de consoles, com direito inclusive a um então inédito modo de campanha para um jogador.

Mesmo pouco memorável, o jogo original foi divertido o suficiente para garantir uma continuação, que surge sem muitas surpresas, mas com qualidade bastante superior.

O modo para um jogador funciona de maneira mais eficaz do que no anterior. O foco ainda repousa nos comentários e piadas infames dos integrantes da tal Bad Company do título, uma companhia formada por soldados insubordinados e rejeitados que parecem uma mistura de personagens de "Os Doze Condenados" com "Esquadrão Classe A". O início, um prólogo passado durante a 2ª Guerra, dá indicações de que a história irá explorar um grande mistério. O humor não é para todos os gostos e pode distrair em alguns momentos, mas ao menos torna os protagonistas mais humanos e os desenvolve de forma mais natural do que no primeiro game.

O roteiro não planeja grandes momentos de suspense ou reviravoltas, mas o pessoal da DICE segura a adrenalina em alta com o típico sabor de "Battlefield". Espere encontrar mapas imensos, dezenas de inimigos e uma boa variedade de veículos para pilotar. Não há um único momento de descanso no jogo e, graças a uma excelente direção, não há uma única cena igual a outra, mesmo nos cenários mais banais.

A criação de tais cenários foi um trabalho primoroso dos produtores. Sons perfeitamente equilibrados, com amostras vindas de todos os cantos, além de efeitos de luz e névoa, por exemplo, estão entre os melhores já realizados nesta geração, incluindo aí alguns efeitos de física bem bacanas. Como "Battlefield: Bad Company 2" permite a destruição de estruturas, espere ver belas demolições que afetam também o desenrolar das partidas. Nada como derrubar o teto sobre a cabeça de um inimigo que se recusa a sair da cobertura.

O jogo roda com uma taxa de animação bastante estável e, na maioria esmagadora das vezes, apresenta visuais impressionantes, especialmente nas florestas, com tipos variados de folhagens e árvores que por muitas vezes chegam a lembrar o badalado "Crysis".

Multiplayer de qualidade

Claro que não dá para falar de algum jogo da série "Battlefield" sem mencionar o tradicional multiplayer da franquia. "Bad Company 2" não decepciona e oferece uma grande experiência nos mesmos moldes do original, com a escolha de uma entre quatro classes (antes eram cinco) de características diferentes, mas bem balanceadas. De acordo com sua performance no campo de batalha, pontos podem customizar seu personagem e deixá-lo bem mais interessante, diferente dos demais. E, claro, a possibilidade de pilotar helicópteros, tanques e outros veículos é sempre bacana e pode mudar o rumo de um conflito rapidamente, sem nunca tornar a experiência frustrante ou desequilibrada.

Em geral é uma experiência bem mais variada e surpreendente do que, digamos, games como "MAG" ou o poderoso "Modern Warfare 2". Como os mapas são maiores e existem mais variáveis nos conflitos, a sensação de renovação é constante e há maior perdão para os menos habilidosos ou novatos na ação, ainda que não se torne necessariamente mais fácil de se dominar. É clara a intenção de atingir um público mais amplo do que a concorrência e o game consegue com louvor.