Tão certo quanto o Natal ou o Carnaval, um novo filme da série "Jogos Mortais"chega aos cinemas no fim do ano e a Konami resolveu finalmente lançar "Saw: The Videogame", uma espécie de capítulo perdido da franquia feito sob supervisão de James Wan e Leigh Wannell, criadores da saga.
O game é uma aventura 3D que pretende se tornar uma nova referência no gênero de horror de sobrevivência e fazer par com "Silent Hill", outra grande marca da empresa japonesa. Assim, a mecânica mistura combates e resolução de enigmas, com muitos sustos e coleta de pistas para se chegar ao final da jornada, com direito até a múltiplos finais.
Nostalgia do terror
O roteiro volta ao passado da mitologia e recorre ao detetive David Tapp, interpretado no primeiro filme por Danny Glover. O ator, famoso por sua parceria com Mel Gibson na série "Máquina Mortífera", não participou da produção do game e foi substituído pelo razoável Earl Alexander, veterano de jogos como "Left 4 Dead". Já Tobin Bell, intérprete do maníaco Jigsaw, participa do jogo e brilha com sua voz onipresente, tanto em sinistras narrações de eventos quanto em descrições de armadilhas.
Tapp, que leva um tiro no cinema e depois é dado como morto, reaparece preso em um asilo abandonado. O local foi totalmente reformulado por Jigsaw para abrigar várias armadilhas fatais. Outras vítimas presas no antigo hospital estão ligadas a máquinas sádicas (como a famosa armadilha de urso reversa) e são levadas a caçar o policial depois que o vilão informa que uma chave-mestre está escondida em seu corpo.
O detetive precisa então enfrentar os desesperados que saem de todos os cantos enquanto busca pistas a respeito do passado do maníaco e resgata outros prisioneiros - incluindo personagens dos filmes, como Amanda, a ex-viciada em drogas que tem papel proeminente nos primeiros exemplares da série cinematográfica.
O enredo segue as mesmas reviravoltas, convenções e tiques dos últimos exemplares para cinema da série. Há um esforço tremendo para encaixar todas as marcas registradas da franquia em uma história compacta, de clima exageradamente sério, o que deixa tudo um pouco confuso para aqueles que não são familiarizados com a mitologia. Já os fãs devem se divertir bastante com algumas pistas extras dadas pelo script que fortalecem eventos somente citados na tela grande.
Na parte técnica Encarar armadilhas e buscar respostas para enigmas é um trabalho interessante e que mantém o suspense em alta, afinal, você nunca sabe se uma porta pode esconder uma escopeta capaz de explodir os miolos de seu personagem. Com a música alta, cenários escuros e desafios bem posicionados, o jogo consegue recriar fielmente o clima dos filmes.
A mecânica se divide basicamente em duas partes, com minigames que servem para desarmar as armadilhas menores, em eventos que pedem raciocínio lógico, a exemplo daquele de encaixar as válvulas para levar água de um ponto a outro da tela em "Bioshock". As maiores funcionam com os chefes de fase e requerem mais atenção, com um nível de complexidade (e sadismo) maior, a segunda parte da mecânica, o combate não difere muito dos outros survivors e mantém a média, Saw é um jogo mais que indicado para os fãns dessa famosa série dos cinemas